Tendo em vista a reprogramação da rede de oncologia de alta complexidade no Estado, bem como o seu impacto no atendimento das demandas da população nos serviços habilitados, nesta terça e quarta-feira, 28 e 29/5, a Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais (SES-MG) encerra em Montes Claros a realização de encontros com grupos de trabalhos para discutir a assistência oncológica. Os trabalhos foram iniciados dia 20 deste mês na Regional de Saúde de Montes Claros e nesta semana as atividades envolvem gestores das microrregiões de saúde de Janaúba/Monte Azul, Coração de Jesus e Salinas/Taiobeiras.

Crédito: Pedro Ricardo

Os grupos foram constituídos por gestores dos municípios e polos das microrregiões indicados pelo Conselho de Secretarias Municipais de saúde – (COSEMS); referências técnicas do serviço de oncologia da Secretaria Municipal de Saúde de Montes Claros e técnicos dos núcleos de Atenção Primária, Redes de Atenção à Saúde e Regulação da Regional de Saúde.

A referência técnica do Núcleo de Redes de Atenção à Saúde da SES-MG, Ludmila Gonçalves Barbosa, explica que “para a construção dos planos regionais de oncologia, num primeiro momento o objetivo dos encontros é provocar as microrregiões de saúde a partir do consolidado das respostas de questionários previamente enviados para todos os municípios. Por meio dos dados coletados os municípios reconhecem seus fluxos e problemas, buscando soluções conjuntas para os possíveis gargalos identificados”.

Os dados vão subsidiar a SES-MG na elaboração de propostas para a consolidação de um plano regional da rede de oncologia, tomando por base as demandas existentes e a realidade das microrregiões de saúde. “A construção da rede de oncologia, interligando todos os serviços de assistência, visa garantir a integralidade do atendimento das demandas dos usuários desde a atenção primária até a alta complexidade”, observa Ludmila Barbosa.

A referência técnica destaca que “o foco principal da SES-MG é construir uma rede de oncologia que promova o acesso dos pacientes, em tempo oportuno, tendo a atenção primária em saúde como coordenadora do cuidado, atuando fortemente nos fatores de promoção e prevenção dos fatores de risco relacionados ao câncer. Além disso, os serviços de atenção primária deverão atuar na identificação de casos suspeitos e realização de cuidados paliativos com extensão até à atenção especializada e hospitalar com a confirmação diagnóstica e início do tratamento. Tudo isso respeitando os fluxos existentes e identificando falhas, limitações e também potencialidades”.

Nesse contexto os trabalhos da SES-MG envolvem todos os níveis de atenção, bem como os fluxos de regulação dos usuários. Desde 1º de abril deste ano o município de Montes Claros adotou o fluxo de alta suspeição, o que facilita o acesso dos pacientes aos serviços para confirmação diagnóstica e tratamento oncológico.

Demandas

Entre outras questões, por meio de questionário, os municípios já apresentaram à Regional de Saúde de Montes Claros as dificuldades no atendimento das demandas de pacientes oncológicos, desde a realização de consultas até tratamentos em serviços de alta complexidade. Também foram apresentadas as atividades que os municípios têm implementado na educação e promoção da saúde da população, envolvendo ações de prevenção ao câncer.

Os municípios também apresentaram à SES-MG os fluxos de encaminhamento de pacientes com suspeita de câncer desde a atenção primária até os serviços especializados de tratamento; o tempo de espera para realização de consultas e exames diagnósticos; como está a resolubilidade dos casos oncológicos nas microrregiões de saúde, bem como na macrorregião que tem Montes Claros como principal centro de referência para o tratamento de alta complexidade em oncologia com dois serviços habilitados – Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (UNACON) da Santa Casa de Montes Claros e do Hospital Dílson Godinho.

Os trabalhos de consolidação da rede de oncologia do Norte de Minas estão previstos para serem concluídos a partir de julho, quando a SES-MG apresentará aos municípios proposta, tendo como base as dificuldades e as potencialidades apresentadas preliminarmente pelos gestores de saúde da região.

Por Pedro Ricardo