A Regional de Saúde de Itabira realizou, nesta terça-feira, (09/04), das 8 às 17 horas, o Encontro das Práticas Integrativas Complementares (PICS) com a presença de técnicos e profissionais da rede de atenção primária responsáveis pelo desenvolvimento das PICS na região.

O evento contou com a presença da Diretora Regional de Saúde, Eliana Maria Tôrres Horta Guerra Lage, e com as palestras e atividades práticas de Gelza Matos Nunes, coordenadora estadual das Práticas Integrativas e Complementares da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, de Maria Lúcia Pessoa Santos, psicóloga, diretora do Departamento científico-pedagógico da Associação Brasileira de Facilitadores de Biodança (ABRAÇA), e Bruno Vieira Marques Rodrigues, ozonioterapeuta e pesquisador Labbio da Universidade Federal de Minas Gerais, além de mais de 50 profissionais de saúde.

As Práticas Integrativas e Complementares (PICS) disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS) são ofertadas à população de Minas Gerais. No estado, medicina tradicional chinesa, terapia comunitária, dança circular/biodança, yoga, massagem, auriculoterapia, massoterapia, arteterapia, meditação, musicoterapia, tratamento termal, acupuntura e reiki são as práticas oferecidas na Atenção Primária para o tratamento de usuários do SUS, em 564 municípios.

“A Politica Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) foi criada em 2006 com o objetivo de programar tratamentos alterativos à medicina baseada em evidências na rede de saúde pública do Brasil, através do SUS. Esses recursos terapêuticos têm auxiliado milhares de pacientes do Sistema e estão voltados para a prevenção de diversas doenças. São abordagens de cuidado integral à população com a utilização de conhecimentos tradicionais capazes de exercer junto à medicina tradicional um diferencial terapêutico eficaz e acessível a todos pelos seus benefícios tanto físicos quanto mentais, de baixo custo e grande aceitação”, enfatizou Eliana Horta, diretora da Regional de Itabira.

Ao todo, 29 práticas integrativas e complementares são oferecidas no Sistema Único de Saúde são: ayurveda, homeopatia, medicina tradicional chinesa, medicina antroposófica, plantas medicinais/fitoterapia, arteterapia, biodança, dança circular, meditação, musicoterapia, naturopatia, osteopatia, quiropraxia, reflexoterapia, reiki, shantala, terapia comunitária integrativa, termalismo social/crenoterapia, yoga, apiterapia, aromoterapia, bioergética, cromoterapia, constelação familiar, geoterapia, hipnoterapia, imposição de mãos, ozoniterapia e terapia de florais.

Para Gelza Matos, coordenadora estadual das PICS da SES-MG, as evidências científicas têm mostrado os benefícios do tratamento integrado entre medicina convencional e as PICS. “Além disso, há crescente número de profissionais capacitados e habilitados em Minas Gerais e maior valorização dos conhecimentos tradicionais de onde se originam grande parte dessas práticas ofertadas em mais de 88% na Atenção Básica. O custo benefício dessas práticas é alto e as pessoas em tratamento se adaptam facilmente ao seu uso”, explica.

Ainda de acordo com a coordenadora, o objetivo é difundir as práticas complementares e integrá-las aos tratamentos convencionais do SUS, procurando capacitar e habilitar novos profissionais de saúde para que desenvolvam estes trabalhos, que têm apresentado resultados satisfatórios na área de promoção e prevenção de doenças.

Os profissionais presentes no encontro participaram de várias atividades lúdicas programadas e puderam constatar que as práticas integrativas têm um papel muito importante na prevenção de doenças que não se fazem apenas pela atividade física e medicamentosa, mas de reflexão e relaxamento, além da utilização consciente de plantas medicinais comprovadamente eficazes no tratamento de diversas doenças através de chás e infusões.

A biodança, também chamada de psicodança, por exemplo, é um sistema de integração afetiva e desenvolvimento humano baseado em vivências e reflexões criadas através de movimentos de dança e sonoridade musical que contribuem para a renovação orgânica e de reaprendizagem das funções vitais e de reintegração humana. A biodança melhora a autoestima, a criatividade, renova as energias, aumenta a vitalidade, promove o autoconhecimento, controla a ansiedade e aumenta o prazer de viver.

Para Maria Lúcia Pessoa, diretora da ABRAÇA, a biodança surge como uma alternativa de alto conhecimento, onde cada paciente, cada pessoa, procura através da dança e da música o equilíbrio de seu estado psíquico e físico. “Essa prática gera situações de encontro não verbal e a valorização do olhar e do toque físico, que resultam na promoção da saúde, da consciência ética e da alegria de viver e participar espontaneamente da vida” observou.

Conforme explica Maria Lúcia, o tratamento lúdico tem resultados mais rápidos e eficazes do que os tratamentos tradicionais, em muitos cuidados de gravidade leve. Contudo, o primeiro passo é a vontade pessoal de buscar equilíbrio e bem-estar físico e mental.

Já a ozonioterapia é uma prática alternativa que utiliza uma mistura de oxigênio e ozônio de ação antimicrobiana e reparadora dos tecidos, coadjuvante no tratamento das doenças periodontais e no tratamento preventivo odontológico: prevenção de cáries, limpezas e raspagens, extrações cirúrgicas e implantes dentários.

Para Bruno Rodrigues, ozonioterapeuta e pesquisador da Universidade Federal de Minas Gerais, a ozonioterapia se tornou uma ferramenta indispensável para o dentista, pois o tratamento se torna menos doloroso, mais seguro e biocompatível. “Pode ser usado na forma de gás e diluído em água ou óleo. A água ozonizada diminui a adesão da placa bacteriana à superfície dental prevenindo doenças do trato bucal. As evidências científicas constatam que esses procedimentos são realmente eficazes e seguros e o seu custo benefício é viável. Os pacientes sofrem menos e têm resultados satisfatórios de seu tratamento”, afirma.

Compareceram ao evento mais de 70 participantes entre profissionais de saúde, gerentes e técnicos convidados.

Por Darliéte Martins