Nesta terça-feira, 26/3, a Regional de Saúde de Belo Horizonte, que abrange 39 municípios, realizou o Seminário Regional de Mobilização Social, reunindo as referências de vários municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Com a participação da equipe de Mobilização Social do Núcleo Central da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), o encontro teve o objetivo de fortalecer os núcleos municipais de mobilização social, criar vínculos entre eles e a regional de Saúde, trocar experiências de ações e reforçar a Rede Estadual de Mobilização Social da SES-MG, criada em 2007 e instituída oficialmente em março de 2017.

Crédito: Ana Rita Fernandes

A jornalista da assessoria de Comunicação Social da Regional de Saúde de Belo Horizonte, Alessandra Maximiano, organizadora do seminário, avaliou que havia necessidade de reunir os mobilizadores do núcleo regional para dar suporte e incentivar a realização de mais ações, intensificando as campanhas públicas de saúde. “Os atores de mobilização social, ao se encontrarem aqui, apresentam suas experiências, suas ideias para a elaboração de eventos e as compartilham entre si, enriquecendo o elenco de ações passíveis de serem realizadas em seus próprios municípios”, assegurou.

Experiências de êxito

No decorrer do seminário, núcleos de mobilização social em Saúde de vários municípios relataram as experiências que desenvolveram e realizaram com foco na prevenção e promoção da saúde pública.

Da cidade de Ibirité, com uma população de mais de 177 mil habitantes, o Núcleo Municipal de Mobilização Social foi representado pelos integrantes Daniele Gomes e Francisco Gomes, que contaram aos presentes como realizam ações de prevenção sobre todos os temas de saúde, incluindo leishmaniose, vacinação, esporotricose, hanseníase, arboviroses, entre outros. Além de buscar apoio em muitos órgãos públicos, eles atuam nas 37 escolas públicas lá existentes, levando, ao ambiente escolar, informações sobre as campanhas públicas de saúde e a importância de colocá-las em prática, formando, com os alunos, o “Pelotão da Saúde”. O grupo se vê como coparticipante da promoção do bem estar da comunidade, ao multiplicar o aprendizado e solicitar aos adultos, seus pais, familiares, amigos e vizinhos, a adesão à proposta recebida na escola.

“Nas datas de campanhas de multivacinação vamos a todas as escolas anunciar a vacinação. Quando termina o período, fazemos a captura das crianças que não se vacinaram e levamos imunizadores da Secretaria Municipal de Saúde ao espaço escolar para vaciná-las”, disse Daniele.

Seu Chico, como Francisco Gomes é conhecido em Ibirité, afirma que mobilização social é uma tarefa árdua e de persistência. Porém, há 27 anos trabalhando na área da saúde pública, ele se encontra sempre disposto a continuar. “A cada estatística que aponta redução de qualquer doença na qual envolvemos a população com nossas ações de mobilização social, é motivo de muita alegria pessoal que compartilho com todos que participaram”, discorreu. “Nós salvamos vidas”, completou.

Outro relato interessante veio de Pedro Leopoldo, que tem em torno de 64 mil habitantes. O Núcleo de Mobilização Social realiza um trabalho de constante vigilância em prol da saúde pública, principalmente no combate ao Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya e zika.

Michele Moreno, chefe da Divisão de Vigilância em Saúde e referência em Mobilização Social do município, conta que o Núcleo cerca todas as áreas envolvidas direta e indiretamente no tema. Criaram vários grupos de atuação com tarefas distintas, mas com o mesmo propósito, como o “Aedes na Mira” e o “Guardiões da Reciclagem”, aliando a população e os segmentos governamentais e civis da sociedade. “Mais que uma simples ação de coleta de inservíveis, o “Aedes na Mira” é uma ação cidadã que reúne valores como solidariedade, conscientização, respeito, responsabilidade e cooperação de todos da nossa comunidade”, considerou.

Todos os secretários municipais de Pedro Leopoldo foram sensibilizados e hoje trabalham juntos com a Saúde na busca de um quociente equilibrado entre recursos humanos, estruturas físicas e de mobilidade, parcerias e toda a sociedade como preconiza a mobilização social.

“Trabalhamos muito, e os desafios são imensos, mas temos a integração com as secretarias de Obras, Cultura, Educação, Meio Ambiente, Cras, sindicatos, associações, indústria e comércio locais e da população, focados na saúde e bem estar de todos”, declarou Michele.

Oficina Prática

Durante o encontro, os participantes formaram grupos de trabalho simulando núcleos municipais de mobilização social em saúde. Identificaram um problema de saúde pública, reuniram parceiros públicos e de diversos segmentos da sociedade civil, discutiram as causas do problema e reconheceram seu público-alvo. Cada grupo elaborou um “Plano de Ação” para solucionar a situação difícil em questão.

Nessa dinâmica, os mobilizadores apontaram alguns problemas de saúde pública com necessidade de atuação da mobilização social para alcançar êxito na solução. Entre eles, as arboviroses, Febre Amarela, Leishmaniose, Caramujo Africano e até mesmo as fake news que estão em ascendência e acabam por causar temores na população.

O resultado dos trabalhos de grupo foi apresentado com sugestões de ações variadas e promissoras de eficácia que serão descritas no hotsite da Mobilização Social em Saúde da SES-MG.

Por Ana Rita Fernandes

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