Elencando o nome de todas as mulheres vítimas de feminicídio de 1° de janeiro a 22 de fevereiro de 2019 no país, a exposição “Feminicídio: bordando a resistência” pode ser vista no subsolo do prédio Minas, na Cidade de Administrativa, em Belo Horizonte, de 25 de março a 05 de abril. A iniciativa de trazer a exposição para a Cidade Administrativa é da Coordenação de Atenção à Saúde das Mulheres e Crianças, da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), e tem como objetivo marcar o mês de março como um tempo de luta pelos direitos femininos.

Crédito: Marcus Ferreira

 “Trouxemos a exposição para a Cidade Administrativa para alertar sobre o índice crescente de feminicídio no estado e no país. E para contar que as mulheres que estão morrendo possuem nomes, histórias, projetos, trabalhos, enfim, um futuro interrompido. O feminicídio é um desafio para toda a sociedade, com grande impacto na saúde pública. Isso porque ele exige o desenvolvimento de ações de prevenção e de atendimento às mulheres em situação de violência”, explica Ana Renata Moura Rabelo, referência Técnica da Coordenação de Atenção à Saúde das Mulheres e Crianças (CASMC).

O varal, ao nomear as mulheres que tiveram suas vidas ceifadas pelo fato de serem mulheres, demonstra que, por traz das estatísticas, sempre frias e distantes, existe a história de uma pessoa. Como de Aparecida, 67 anos, moradora do município de Ituiutaba, que foi assassinada no começo deste ano com seis perfurações de facas no tórax, pescoço, braços e mãos.

Como ela, mais de 300 mulheres tiveram seus nomes no varal porque perderam suas vidas em casos relacionados a feminicídio. Os bordadores pertencem ao Coletivo Linhas do Horizonte, que realiza diversos trabalhos com o objetivo de alertar sobre violência com bordados sobre as vítimas.

Crédito: Marcus Ferreira

Feminicídio

Feminicídio é o assassinato de uma mulher pela condição de ser mulher. Em 2015, a lei do Feminicídio, Lei n° 104/15, juntou-se à Lei Maria da Penha na construção do empoderamento das mulheres, em conjunto com as políticas criadas para prevenir e punir atentados, agressões e maus-tratos. A Lei do Feminicídio trouxe maior severidade nas penas para crimes praticados nos casos de violência doméstica e familiar e de menosprezo ou discriminação pela condição de mulher.

Por Juliana Gutierrez