Regional de Saúde (SRS) de Uberlândia realizou nessa quinta-feira (07/03) uma capacitação voltada para médicos e enfermeiros sobre o manejo clínico das doenças causadas pelo Aedes, sendo elas: dengue, zika, chikungunya e febre amarela. O tratamento do paciente com a suspeita de alguma dessas doenças deve seguir os protocolos estabelecidos pelo Ministério da Saúde para evitar a ocorrência de mortes.

Crédito: Lilian Cunha

Diversos sinais e sintomas estão presentes em todas as arboviroses, no entanto há diferenciação pela intensidade e frequência em cada uma delas. O médico da Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde de Uberlândia, Marcelo Sinício Peixoto, esclareceu a diferença de cada uma, mas focou a capacitação no tratamento da dengue, uma vez que estamos no período de maior sazonalidade e os profissionais de saúde da região estão atendendo muitos casos suspeitos desta doença. “Desde 2014 a Organização Mundial da Saúde classifica a dengue em três tipos: dengue, dengue com sinais de alarme e dengue grave. É importante destacar que não precisa de exame laboratorial para começar a tratar o paciente com suspeita de dengue, pois um exame físico bem feito é fundamental no diagnóstico. E mais, não precisa ter hemorragia para ser considerada dengue grave”, esclareceu.

O médico ainda explicou que a fase inicial da dengue (os três primeiros dias), na maior parte dos casos, estão presentes: a febre alta, a dor no corpo e atrás dos olhos, fraqueza e vômito; no entanto, é do terceiro ao sexto dia após o início dos sintomas é que é considerada a fase crítica da doença, por isso a necessidade de acompanhar o paciente e ficar sempre atento à hidratação e evolução do caso. “Os grupos A e B (acompanhamento ambulatorial e observação) representam 99% dos casos suspeitos. Já o grupo C que é 1% dos casos e o grupo D (1 a cada mil casos), são pacientes que requerem internação até a estabilização e cuidados intensivos, pois o choque na dengue é de rápida instalação e tem curta duração, podendo levar o paciente ao óbito em um intervalo de 12 a 24 horas”, disse.

Os médicos e enfermeiros que participaram da capacitação e que atuam tanto nas Unidades Básicas de Saúde quanto nas Unidades de Pronto Socorro irão replicar o conteúdo no município. “Desde janeiro estamos atendendo muitos casos suspeitos de dengue, e este momento aqui foi excelente para alinharmos conceitos e buscar melhorar a assistência ao paciente. Nos próximos dias faremos a sensibilização dos colegas e da população para que eles identifiquem os sinais de alarme da dengue”, destacou o médico do Pronto Atendimento Médico do Prata, Décio Nunes Moreira.

Esta é a segunda capacitação sobre manejo clínico para pacientes com suspeita de doenças transmitidas pelo Aedes realizada este ano para os municípios da região. Gustavo Tannús, secretário de saúde de Monte Alegre de Minas, disse que duas médicas participaram do treinamento há aproximadamente um mês. “As profissionais já capacitaram a equipe local e foi uma ótima tática. Todos estão preparados para atender os pacientes, uma vez que os casos suspeitos de dengue aumentaram nas últimas semanas”.

Regional de Saúde de Uberlândia orienta municípios quanto às arboviroses

Além das ações voltadas para a assistência do paciente com suspeita de doença causada pelo Aedes, a SRS Uberlândia vem intensificando junto aos municípios todas as outras ações do Programa Estadual de Controle Permanente da Dengue, Zika e Chikungunya. “Podemos exemplificar que o Comitê Regional de Enfrentamento das Arboviroses está atuante, há o monitoramento dos indicadores municipais do PROMAVS (Programa de Monitoramento das Ações de Vigilância em Saúde do Estado de Minas Gerais), apoiamos as ações locais de controle vetorial, articulamos o envio de amostras, liberação de insumos estratégicos e mobilização. São inúmeras estratégias que nós estamos desempenhando para conter o aumento dos casos, e nos casos suspeitos, evitar óbitos”, reforçou a coordenadora de Vigilância Epidemiológica da SRS Uberlândia, Patrícia Nishioka.

 

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Por Lilian Cunha