A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) iniciou nesta terça-feira, 10, em Montes Claros, a realização de monitoramento e avaliação das ações voltadas para o combate e controle da tuberculose nos 53 municípios que compõem a área de atuação da Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros (SRS). Até quinta-feira, 12, referências técnicas da SES-MG, da Secretaria Municipal de Saúde de Montes Claros e do sistema prisional vão definir ações estratégicas visando o controle da doença no Norte de Minas, conforme previsto no Plano Nacional pelo fim da Tuberculose, coordenado pelo Ministério da Saúde.

Crédito: Pedro Costa

No ano passado foram notificados em Minas Gerais 4 mil 548 casos da doença. Os municípios com maior registro de casos foram: Belo Horizonte (697); Juiz de Fora (405); Uberlândia (121) e Montes Claros (111). 

A coordenadora das ações de combate à tuberculose na SES-MG, Maíra Veloso, explicou que a região de saúde de Montes Claros é uma das cinco prioritárias no Estado no controle da doença e, por isso, a articulação de ações entre a Secretaria de Estado da Saúde com os municípios se constitui fator importante para o êxito do trabalho.

“A descentralização das ações entre vigilância sanitária e os serviços de atenção primária à saúde, levando-se em conta a qualificação do trabalho, se constituem ações de fundamental importância para que as estratégias junto aos grupos de populações vulneráveis tenham efetividade”, frisou Maíra Veloso. Entre os grupos prioritários estão os moradores de rua, portadores de HIV/Aids e a população das unidades prisionais.

Nesse contexto, Maíra Veloso ressaltou que o estabelecimento de parcerias intersetoriais para controle da tuberculose se torna importante, levando-se em conta que o problema não está afeto apenas aos serviços de saúde, mas também a outros segmentos da sociedade, entre eles os serviços de transporte, o sistema prisional, o Poder Judiciário, entre outros.

Em vista da complexidade das ações a coordenadora da SES-MG lembrou que para que as ações de controle da tuberculose tenham eficácia, além do incremento da realização de teste rápido molecular para diagnóstico da doença, se torna importante a alimentação do banco de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). Com base nos dados inseridos no sistema a SES-MG e ao Ministério da Saúde tem condições de acompanhar a notificação dos casos em tempo real, o que servirá para o aprimoramento das ações do Plano Nacional pelo fim da Tuberculose.

Outra ação considerada importante para a redução dos casos e controle da tuberculose no país é o acompanhamento dos pacientes por parte dos serviços de saúde. “É importante que os pacientes sejam conscientizados sobre a importância de não abandonarem o tratamento, que é gratuito, a fim de que sejam curados e ocorra uma real redução dos casos da doença a médio e longo prazos”, assinalou a coordenadora da SES-MG.

PANORAMA

Ao apresentar o panorama epidemiológico e operacional da tuberculose, a referência técnica da SES-MG, Stefano Codenotti frisou que até 2016 foram notificados 10,4 milhões de casos da doença em 30 países. A estimativa de óbitos associados à doença chegou a 1,3 milhão.

Com 69 mil casos notificados em 2016, no contexto mundial o Brasil ocupa o vigésimo lugar em número de pessoas acometidas pela doença, com estimativa de ocorrência de 4,5 mil óbitos anualmente. Ainda no Brasil, a estimativa é de que entre pessoas portadoras de HIV/Aids são notificados, por ano, cerca de 7 mil casos da doença.

Stefano Codenotti ressalta que pelo fato do Brasil ser constituído por grandes diferenças regionais o Plano Nacional pelo fim da Tuberculose terá como foco ações regionalizadas. No caso de Minas Gerais, até 2030 a meta é de que haja queda de 18 para 10 o número de casos notificados da doença por ano, levando-se em conta cada grupo de 100 mil habitantes. Outra meta a ser atingida será a redução de dois para menos de um os óbitos causados pela tuberculose a cada grupo de 100 mil habitantes.

“Tratam-se de metas desafiadoras para serem atingidas, pois dependem de ações a serem articuladas intersetorialmente, além da necessidade de fortalecimento das superintendências regionais de saúde para o incremento de ações junto com os municípios”, observou Stefano.   

CRONOGRAMA

Nesta quarta e quinta-feira, com a realização de oficina de planejamento no auditório da Secretaria Municipal de Saúde, referências técnicas da SES-MG, de Montes Claros e do sistema prisional darão continuidade à elaboração do plano de ação para controle da tuberculose. Quinta-feira à tarde o plano de trabalho será apresentado e validado junto às diretorias da Secretaria de Saúde e da Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros.

Por Pedro Costa