A Regional de Saúde de Uberaba promove, até esta sexta-feira (06/04), oficina voltada para trabalhadoras de saúde dos municípios de Delta, Conceição das Alagoas, Sacramento, Uberaba e Ibiá. O encontro tem o objetivo de preparar as participantes que atuarão como tutoras das práticas de amamentação e alimentação complementar de crianças até dois anos de idade.

As profissionais, que já tem experiência de trabalho com os temas, serão agora responsáveis por dar suporte, não somente às usuárias e usuários, mas aos demais trabalhadores dos serviços de saúde municipais. Além disso, também devem apoiar o processo de formação de novos tutores na região. A capacitação, com duração total de 32 horas, faz parte da Estratégia Nacional para Promoção do Aleitamento Materno e Alimentação Complementar no Sistema Único de Saúde (SUS), do Ministério da Saúde.

Crédito: Sara Braga

As oficinas, que contam com metodologia diversificada, como uso de textos, vídeos, dramatizações, rodas de conversa, colagens e desenhos, tem também aulas práticas que acontecerão em quatro unidades de saúde do município de Uberaba, onde as profissionais terão contato direto com a realidade dos serviços.

As responsáveis pela oficina, Andreza Machado e Jessica Scandiuzzi, da Atenção Primária à Saúde da Unidade Regional de Uberaba, explicam que a estratégia é criar espaços para o desenvolvimento de um processo de educação crítico-reflexivo e de compartilhamento de saber. “Dessa forma, potencializamos a qualidade do cuidado, promovendo o aleitamento e a alimentação complementar como ações de rotina”, complementa Andreza.

Também participaram, no apoio, as profissionais Terezinha Rosa, da SRS Patos de Minas, e Patrícia Nishioka e Maria Inês Marques, da regional Uberlândia. Suzana Lopes, enfermeira especialista em amamentação do município de Uberaba, ficou responsável pelo manejo clínico, desde o começo do percurso, passando por sua manutenção, até o desmame, quando é o desejo da mãe.

Segundo Suzana Lopes, “de maneira geral, nossa cultura não apoia a amamentação, por isso as capacitações e reciclagens não podem parar. Os profissionais precisam dessa injeção de ânimo para lutar contra isso. Essa oficina deve ser repetida regularmente, pois o trabalho é complexo e precisa de acompanhamento constante”.

Participante da oficina, a pediatra e médica de saúde da família de Uberaba, Magali Coelho, afirma que a contribuição da formação foi muito grande, considerando a abrangência do tema. “Aleitamento não é só alimento, esta ligado à parte psicológica da constituição do vínculo, da formação do sistema respiratório e até mesmo do desenvolvimento da fala, por trabalhar toda a musculatura facial da criança. No meu cotidiano, percebo claramente quando a amamentação é no peito, pois mãe e bebê são diferentes. O jeito de pegar no colo, o vínculo entre eles, até o olhar da criança é mais atento. Vejo isso na prática mesmo, não apenas na teoria”, conclui.

 

Por Sara Braga