A Regional de Saúde de Montes Claros iniciará, na próxima semana, trabalho de intensificação do combate a focos do mosquito Aedes aegypti nos municípios norte-mineiros de Janaúba, Catuti, Guaraciama, Nova Porteirinha e Mato Verde, que apresentam alto índice de casos prováveis de dengue notificados neste ano. A informação foi repassada aos profissionais de saúde de 53 municípios que, nesta terça-feira, 27/03, participaram do Seminário Regional de Dengue, Zika, Chikungunya e Febre Amarela, organizado pela Regional de Saúde. O evento contou com a participação de coordenadores de vigilância epidemiológica e em saúde, dirigentes de serviços de atenção primária e referências técnicas de hospitais.

Crédito: Pedro Costa

Ao apresentar o cenário epidemiológico da dengue, zika, chikungunya e da febre amarela em Minas Gerais e, especificamente, na região norte-mineira, a coordenadora do Núcleo de Vigilância Epidemiológica, Ambiental e de Saúde do Trabalhador da Regional de Montes Claros, Josianne Dias Gusmão, reforçou a necessidade dos municípios intensificarem as ações de combate ao Aedes aegypti, levando-se em conta que até maio persiste o período de alta incidência de doenças transmitidas pelo mosquito.

De acordo com o boletim epidemiológico divulgado nesta segunda-feira pela Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais – (SES-MG), até o momento, já foram registrados 9.050 casos prováveis de dengue e há sete óbitos em investigação. Em relação à Febre Chikungunya, em 2018, Minas Gerais registrou 1.857 casos prováveis da doença e 102 casos prováveis de zika vírus. Os casos prováveis ainda estão sendo investigados por meio de exames laboratoriais.

Entre os municípios do Estado que apresentam maior incidência de casos prováveis de dengue estão os norte-mineiros: Janaúba (308 casos notificados); Nova Porteirinha (26); Catuti (18); Guaraciama (17) e Mato Verde (14). Nestas localidades, a Superintendência Regional de Saúde, juntamente com as equipes de vigilância sanitária locais, vão intensificar o combate ao Aedes aegypti por meio da aplicação de inseticida com utilização de equipamentos de Ultra Baixo Volume (UBV).

Ainda durante sua apresentação, a coordenadora do Núcleo de Vigilância Epidemiológica da Regional de Montes Claros frisou que as secretarias municipais de saúde precisam estar alertas para a notificação de todos os casos suspeitos de dengue e das demais doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. Isso porque, explicou, é com base na análise das informações repassadas pelos municípios que a SES-MG tem condições de definir as ações visando evitar a ocorrência de surtos e epidemias na região.

A Superintendência Regional de Saúde também reforçou a importância dos municípios intensificarem a vacinação da população contra a febre amarela. “Apesar de se tratar de uma doença imunoprevenivel, desde o início do 2º período de monitoramento da febre amarela (julho/2017 a junho/2018), foram confirmados 396 casos da doença em Minas Gerais, sendo que 137 evoluíram para óbito e outros 650 casos continuam em investigação”, observou Josianne Gusmão.

Programação

Durante o Seminário, a referência técnica do laboratório macrorregional da Regional de Montes Claros, Clarissa Fernandes, falou sobre os procedimentos que os municípios devem seguir para coleta e envio de amostras para realização de exames laboratoriais de dengue, zika, chikungunya e febre amarela.

Na sequência da programação, a médica infectologista Cláudia Rocha Biscotto fez apresentação do manejo clínico de pacientes acometidos por dengue, zika vírus e chikungunya. Já o médico Luciano Freitas Fernandes, coordenador do controle de infecção hospitalar da Santa Casa de Montes Claros, falou sobre o manejo clínico da febre amarela.

A programação contemplou apresentação das ações de controle do Aedes aegypti pelos serviços de atenção primária à saúde, tendo como palestrante o coordenador do Núcleo de Atenção Primária à Saúde da Regional de Montes Claros, João Alves Pereira. Em seguida, a referência técnica em saúde da mulher da Regional de Saúde de Montes Claros, Ludmila Gonçalves Barbosa, apresentou a rede assistencial existente no Norte de Minas para atendimento de pessoas com suspeitas de terem contraído doenças transmitidas pelo Aedes e, também, os casos suspeitos de febre amarela.

Na sequência, foi apresentado o fluxo regulatório que deve ser seguido pelos municípios, visando assegurar o atendimento de pacientes na rede de saúde e a referência técnica de imunização da Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros, Mônica de Lourdes Rochido, apresentou a cobertura vacinal da população norte-mineira contra a febre amarela.

Por Pedro Costa