No Dia Mundial de Enfrentamento à Tuberculose, celebrado no próximo sábado, 24 de março, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) ressalta que a doença é curável e o cidadão tem acesso ao diagnóstico e ao tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Muitas pessoas acreditam que a tuberculose é uma doença que já foi erradicada. Mas isso não é verdade. Embora, possua diagnóstico e tratamento eficazes, a doença mantém elevado número de casos em diversos locais do mundo”, explica a coordenadora do Programa Estadual de Controle da Tuberculose, Maíra Veloso.

Crédito: Marcos Santos/ USP imagens

Segundo o último relatório da Organização Mundial de Saúde, a Tuberculose é a doença infecciosa que mais mata jovens e adultos, ultrapassando o HIV/AIDS. No Brasil são notificados aproximadamente 67 mil casos novos e ocorrem 4,5 mil mortes em decorrência da doença (13 brasileiros morrem em média todos os dias de tuberculose).

No estado de Minas Gerais foram notificados 4.548 casos da doença em 2017.  Em 2016 foram notificados 4.348 e em 2015 foram 4.172 casos.  Os municípios com maiores ocorrências da doença em 2017, foram: Belo Horizonte com 697 casos, Juiz de Fora com 405, Uberlândia com 121 e Montes Claros com 111. 

Para Maíra Veloso, o principal desafio para o controle da tuberculose é evitar o abandono do tratamento. Cerca de 11% das pessoas que iniciaram o tratamento em 2016 desistiram antes da cura.  “Trata-se de uma situação que pode agravar a quadro do paciente, além de manter a transmissão da doença e ocasionar o aparecimento de bactérias mais resistentes. Para o resultado do tratamento ser favorável, é importante o paciente tomar os medicamentos com regularidade e no tempo previsto, que é no mínimo de 06 meses”, disse Maíra.

O desconhecimento e a falta de informação também é outro desafio para o controle da tuberculose. Isto porque os doentes sofrem a grande carga de preconceito que envolve a doença, e a exclusão social devido ao estigma e o medo.

É importante saber que a tuberculose não se transmite pelo compartilhamento de roupas, lençóis, copos e outros objetos. É transmitida pelo ar de pessoa a pessoa, através da tosse, fala ou espirro de um doente com a forma pulmonar ou laríngea.

A doença

O principal sintoma da tuberculose é a tosse com uma duração de 03 ou mais semanas, que pode ser acompanhada por febre ao final da tarde, suor noturno e emagrecimento. A realização do exame do escarro é a forma mais comum de diagnóstico da tuberculose. O Estado possui uma rede que realiza o Teste Rápido Molecular, exame moderno para o diagnóstico da doença, sem qualquer custo para o usuário.

Na maioria dos casos, o diagnóstico e acompanhamento devem ser realizados nas Unidades Básicas de Saúde. Apenas os casos de maior complexidade, quando necessário, são encaminhados para a rede Hospitalar. Em Minas, os hospitais de referência no que se refere aos casos complexos de tuberculose são: Hospital Júlia Kubitschek, o Hospital das Clínicas/UFMG e o Hospital Eduardo de Menezes.

Prevenção

A tuberculose pode ser prevenida por meio da vacina BCG, que está disponível no calendário de rotina para crianças em dose única, logo ao nascer. A vacina protege principalmente contra as formas graves da doença.

Outra forma de prevenir a disseminação da tuberculose é identificar rapidamente o paciente com a doença e iniciar o tratamento. Após 15 dias de uso regular dos medicamentos, a maioria dos doentes não transmite mais a doença.

É importante frisar também que ambientes arejados, ventilados e com incidência de luz solar ajudam a reduzir os riscos de transmissão. 

Saiba mais sobre a doença no site www.saude.mg.gov.br/tuberculose

Por Juliana Gutierrez