Numa ação conjunta da Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais (SES-MG), por meio da Regional de Saúde de Montes Claros, o Hospital Santa Casa de Montes Claros e o Hospital Universitário Clemente de Faria iniciaram nesta quinta-feira (01/03) a implantação do Programa de Aprimoramento e Inovação no Cuidado e Ensino em Obstetrícia e Neonatologia (Ápice On).

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Coordenado pelo Ministério da Saúde e executado pela Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o Programa integra 95 instituições de saúde de todos os Estados, entre hospitais universitários e de ensino, no âmbito da Rede Cegonha.

O Programa propõe a qualificação dos hospitais de referência no atendimento de gestantes nos campos de atenção e cuidado ao parto e nascimento, planejamento reprodutivo pós-parto e pós- aborto, atenção às mulheres em situações de violência sexual e de abortamento e aborto legal, no âmbito da Rede Cegonha.

O propósito é ampliar o alcance de atuação dos hospitais na rede do Sistema Único de Saúde (SUS) e também reformular e/ou aprimorar processos de trabalho e fluxos para adequação de acesso, cobertura e qualidade do cuidado. Por meio de ações de qualificação, o projeto engloba os temas de atenção ao parto, nascimento e abortamento; saúde sexual e saúde reprodutiva; e atenção humanizada às mulheres em situação de violência sexual.

Durante oficina realizada nessa quarta-feira (28/02) no auditório da Secretaria de Saúde de Montes Claros, a referência técnica em saúde da mulher e da criança do Núcleo de Redes de Atenção à Saúde da Regional de Saúde de Montes Claros, Ludmila Gonçalves Barbosa explicou que o encontro dá sequência a diagnóstico feito pelos Grupos Executivos Locais (GEL) da Santa Casa e do Hospital Clemente de Faria. Com base nas necessidades identificadas por cada hospital, profissionais das próprias instituições de saúde, da SES-MG e da Secretaria de Saúde de Montes Claros iniciaram a construção dos planos de ação. Os trabalhos envolvem médicos, enfermeiros e coordenadores de maternidades, de centros de terapia intensiva, pediatria, residência médica e diretores administrativos e assistenciais.

“Observamos que várias questões identificadas pelos hospitais ultrapassam a governabilidade das próprias instituições de saúde, configurando-se como macroproblemas que envolvem aspectos sociais e de gestão de fluxos que perpassam a atenção primária, assistência farmacêutica, vigilância à saúde, regulação, saúde mental, dentre outras áreas”, ressalta Ludmila Barbosa. Desta forma o trabalho conjunto de representantes dos hospitais, do Governo do Estado e da Secretaria Municipal de Saúde tem como objetivo discutir, construir e validar fluxos referentes à rede de saúde da mulher e da criança.

O consultor do Ministério da Saúde, Mílson Fonseca, salientou que o Programa Ápice On possibilitará aos hospitais aprimorar seus processos de trabalho, envolvendo a gestão e qualificação de funcionários, além de fortalecer parcerias com os governos Federal, Estadual e Municipal.

“O foco das ações terá como meta a humanização da assistência às gestantes e crianças, contemplando a construção de fluxos e protocolos de atendimento às gestantes de modo geral, com atenção especial às de alto risco, gestantes presidiárias e às vitimas de violência”, explica Mílson Fonseca.

Rede Cegonha

Em 2011 o Governo Federal lançou a estratégia da Rede Cegonha para reduzir a morbimortalidade materna no país. A Rede Cegonha consiste numa rede de cuidados que visa assegurar à mulher o direito ao planejamento reprodutivo e à atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério, bem como à criança o direito ao nascimento seguro, e ao crescimento e desenvolvimento saudáveis.

Por Pedro Ricardo