Nesta quarta-feira (07/02), durante a realização da primeira reunião unificada de 2018 da Comissão Intergestores Regional (CIR) e da Comissão Intergestores da Região Ampliada de Saúde do Norte de Minas (CIRA), a Unidade Regional de Saúde de Montes Claros reforçou a importância dos municípios intensificarem as ações de enfrentamento ao mosquito Aedes aegypti, bem como o aumento da cobertura da vacina contra febre amarela.

O encontro foi realizado no auditório do Hospital Universitário Clemente de Faria e envolveu a participação de gestores de municípios que integram as áreas de atuação da regional de Montes Claros e as unidades regionais de saúde de Januária e Pirapora.

A coordenadora do Núcleo de Vigilância Epidemiológica, Ambiental e Saúde do Trabalhador, Josianne Dias Gusmão, lembrou que o período de dezembro a maio é a época do ano considerada de alta transmissão da dengue, febre chikungunya e zika vírus. Por isso a necessidade de os municípios reforçarem os trabalhos de vigilância envolvendo os mais diversos setores das prefeituras, visando a eliminação de focos do mosquito, além de notificar todos os casos suspeitos das doenças.

De acordo com Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (LIRAa) e Levantamento de Índice Amostral (LIA), realizado em janeiro deste ano, na região ampliada de saúde do Norte de Minas, 27 municípios apresentam índice de infestação do mosquito acima de 3,9%. Esse resultado coloca em risco a ocorrência de surtos de doenças transmitidas pelo Aedes. Já outros 43 municípios estão em situação de alerta por apresentarem índices de infestação do Aedes Aegypti superior a 1%.

Os municípios que estão em situação de risco para ocorrência de surtos de doenças transmitidas pelo Aedes são: Bocaiúva, Capitão Enéas, Coração de Jesus, Espinosa, Francisco Sá, Lagoa dos Patos, Mamonas, Monte Azul, Montes Claros, Padre Carvalho, Rubelita, São João da Lagoa, São João do Pacuí, São João do Paraíso, Taiobeiras, Brasília de Minas, Ibiracatu, Icaraí, Itacarambi, Lontra, Montalvânia, Pedras de Maria da Cruz, Varzelândia, Buritizeiro, Lassance, Várzea da Palma e Ibiaí.

Conforme dados repassados pelos municípios ao Núcleo de Vigilância Epidemiológica da Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros, neste ano já foram notificados 82 casos prováveis de dengue. Desse total apenas um caso foi confirmado no município de Nova Porteirinha.

Créditos: pedro Ricardo

Josianne Gusmão lembrou que é de fundamental importância que toda segunda-feira os municípios enviem à Unidade Regional de Saúde os casos prováveis das doenças transmitidas pelo Aedes. Com base nos dados, nas localidades onde esteja ocorrendo alta taxa de incidência, a regional de saúde terá condições de avaliar quais medidas serão adotadas visando conter a proliferação dos focos do Aedes.

Febre Amarela

Ainda durante a reunião com os gestores de saúde do Norte de Minas, Josianne Gusmão reforçou a necessidade das secretarias municipais de saúde realizarem a busca ativa da população ainda não vacinada contra a febre amarela. Em 37 municípios do Norte de Minas o índice de cobertura vacinal está abaixo de 95%, percentual preconizado pelo Ministério da Saúde.

Josianne Gusmão anunciou que a Unidade Regional de Saúde dispõe de 11,6 mil doses de vacina em estoque e, em caso de necessidade, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) terá condições de atender possível aumento de demanda por parte dos municípios.

De acordo com boletim epidemiológico divulgado pela SES-MG, a maior incidência de casos de febre amarela envolve pessoas que estão na faixa etária entre 20 a 60 anos, constituída em sua grande maioria por homens que não tem o hábito de procurar atendimento médico com regularidade.

De acordo com Josianne Gusmão, por essa razão, “a busca ativa da população ainda não vacinada é fundamental para evitar a ocorrência de surtos da febre amarela visto que, além de 2017, neste ano já foi notificada a ocorrência de morte de primatas não humanos em sete municípios do Norte de Minas, o que pode ser indicio de que o vírus da doença está circulando na região”.

Por Pedro Ricardo

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