“Comemorar o aniversário da Fundação me dá muita alegria. Os trinta e três anos de existência foram de um caminhar constante para atender a sua finalidade, sempre com o foco no seu público-alvo e na excelência”. A fala, da presidente da Fundação Hemominas, doutora Júnia Cioffi, instituição que dirige desde 2011, resume os objetivos da Fundação: “Atuar nas áreas de hematologia, hemoterapia, células e tecidos com excelência e responsabilidade socioambiental, produzindo conhecimento e inovação”.

Nesse sentido, a presidente destaca que, na atualidade, a Hemominas atende a 97% das transfusões no estado de Minas Gerais, garantindo sangue de qualidade às pessoas que necessitam. Dessa forma, vem desenvolvendo novas técnicas que possibilitam a oferta de componentes do sangue mais específicos para cada tipo de paciente, minimizando assim os eventos adversos que possam ocorrer. Faz um controle rigoroso da qualidade na produção e também nos processos transfusional e de doação, com a implantação dos processos de segurança do paciente e do doador.

Créditos: Adair Gomez

“A evolução no tratamento das doenças que a Fundação atende em seus ambulatórios possibilitou, nesses anos, melhoria na qualidade de vida dos pacientes portadores de coagulopatias e hemoglobinopatias, principalmente, a hemofilia e a doença falciforme, respectivamente, podendo-se dizer que as ações das equipes da Hemominas têm impacto direto na vida dos pacientes atendidos nas unidades. Tais resultados são fruto da dedicação e cuidado de cada servidor que já passou por aqui, sendo este um dos principais legados que, consideramos, a Fundação deixa para todos nesses 33 anos: o trabalho feito com amor por cada um dos nossos 2.300 servidores”, ressalta Cioffi.

E conclui: “Legado que só foi, é e será possível com a inestimável solidariedade de doadores e parceiros que, ao longo do tempo, vêm contribuindo para a construção de uma Hemominas cada vez mais atenta ao bem-estar da sociedade e a quem deixamos nosso Muito Obrigado”.

Em rede

Desde sua criação, em 1985, como instituição do Sistema Único de Saúde (SUS), a Fundação Hemominas tem sido a entidade responsável pela hemoterapia e hematologia públicas em Minas. Sob a forma de rede descentralizada e integrada, suas unidades se localizam em cidades-polo do estado, realizando atividades, ações e procedimentos indispensáveis para suprir a necessidade crescente e permanente de hemocomponentes (hemácias e plaquetas), hemoderivados (produtos industrializados, originários do plasma, com finalidade terapêutica, como a albumina) e os concentrados de fatores da coagulação, utilizados pelos pacientes deficientes destes fatores, como os hemofílicos). À rede, que apresenta uma cobertura hemoterápica superior a 95% em todo o estado, se integra uma Administração Central e o Centro de Tecidos Biológicos (Cetebio).

E mais: a Hemominas atende a cerca de 600 entidades conveniadas, incluindo hospitais públicos, filantrópicos e particulares, abrangendo aproximadamente 800 municípios, direta ou indiretamente. A meta é alcançar 100% dos procedimentos vinculados ao Sistema Único de Saúde (SUS). Em articulação com outros centros de excelência, como instituição de pesquisa e de produção de conhecimento aplicado, sintoniza-se com as necessidades dos pacientes e das descobertas científicas que vão, a cada nova conquista, desvendando novas direções para a gestão. Com o Núcleo de Inovação Tecnológica, o Inovhemos, a Hemominas está legalmente amparada e tecnicamente competente para a inovação em projetos de ciência e tecnologia, com vistas à obtenção de patentes de produtos em benefício do SUS e de todos os cidadãos brasileiros.

A mais nova unidade da Fundação, o Cetebio, vai disponibilizar à comunidade médica células e tecidos biológicos coletados e processados segundo critérios de qualidade internacionais e normas técnicas do Ministério da Saúde e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Tal estrutura, que agrega sete bancos, dos quais dois já estão em operação - Banco de Medula Óssea (BMO) e o Banco de Cordão Umbilical e Placentário (BSCUP), otimiza os processos, reduz custos, facilita a logística, permite maior compartilhamento de conhecimentos e promove processos seguros e totalmente rastreáveis. Prevista, para breve, a implantação dos Bancos de Pele (BP) e de Membrana Amniótica (BMA).

Voltando no tempo, vale lembrar que, em 1998, de forma pioneira no Brasil, o Programa de Triagem Neonatal da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), realizado pelo Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico (Nupad/UFMG), iniciou a triagem de portadores de Doença Falciforme no programa do Teste do Pezinho. Desde então, as crianças são encaminhadas à Fundação para tratamento nas 12 unidades habilitadas da rede, que atende a 100% das crianças diagnosticadas pelo Teste do Pezinho, ampliando a expectativa de vida dessa população e trabalhando junto a outros órgãos e organizações civis para a melhoria geral das condições de vida dessas pessoas e suas famílias. A Fundação disponibiliza alguns dos medicamentos essenciais para o tratamento das hemoglobinopatias e os componentes sanguíneos adequados, quando há necessidade de transfusão.

Dados de 2017

Como resultado desta estrutura, em 2017 foram atendidos 366 mil candidatos à doação de sangue, e produzidos em torno de 800 mil hemocomponentes. Ainda, foram realizados 93 mil procedimentos e consultas e mais de 5 milhões e 300 mil testes laboratoriais, incluindo testes sorológicos, moleculares e imuno-hematológicos realizados nas Centrais de Laboratórios da Administração Central.

Cabe destacar que a Hemominas é uma das instituições que mais registra candidatos à doação de medula óssea no Brasil: aproximadamente 30 mil, só em 2017. Desde sua implantação, em 2012, o laboratório de Histocompatibilidade (HLA) tem se expandido rapidamente, já sendo responsável por 50% dos testes realizados no estado.

Para dar suporte às atividades-fins, também em 2017 a Fundação focou no acompanhamento de 18 projetos estratégicos, entre eles, os referentes à implantação de Postos Avançados de Coleta Externa (PACE) nos municípios de Alfenas, Barbacena, Ipatinga, Teófilo Otoni, Varginha e Curvelo.

Outros projetos estratégicos acompanhados foram: implantação do Sistema Ciclo do Sangue, do Sistema Ambulatório e Laboratório, Regionalização da Produção de Hemocomponentes, Humanização e Gestão do Conhecimento. Na Informática, concluiu-se a implantação do sistema de ambulatório com prontuário eletrônico com certificação digital, permitindo a gestão eletrônica de dados e eliminação de papel em todas as 16 unidades da Fundação com atendimento ambulatorial. E ainda: continuidade da implantação do sistema do ciclo do sangue, consolidando a troca do sistema atual por uma tecnologia de melhor desempenho, segurança e rastreabilidade.

 

Por Ascom Hemominas