Em relação aos três macacos encontrados mortos no Parque das Mangabeiras, em Belo Horizonte, nesta semana, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) informa que já foi iniciada a investigação para detectar a causa da morte de um dos macacos, entretanto, não foi possível a coleta de amostras para o diagnóstico em laboratório dos outros dois, devido ao estado de decomposição avançado. A análise está sendo realizada na Fundação Ezequiel Dias (Funed) e a previsão é de que o resultado fique pronto no final da próxima semana. A suspeita é de que o macaco tenha morrido por febre amarela.

Devido à suspeita, a Prefeitura Municipal de Belo Horizonte interditou o Parque nesta quinta-feira (29/11). Belo Horizonte não registrou nenhum caso de febre amarela.

Em Minas Gerais, o último caso humano autóctone (quando a doença é contraída dentro do estado) de febre amarela silvestre havia ocorrido em 2009. Em janeiro de 2017 foi confirmada a ocorrência de uma epidemia de febre amarela, sendo o último caso humano confirmado com início dos sintomas em 09 de junho de 2017. A partir de julho de 2017 não foram registrados casos humanos confirmados de Febre Amarela no estado de Minas Gerais. Até o momento foram confirmados 475 casos de Febre Amarela no Estado. No entanto ocorreram epizootias de Primatas Não Humanos (PNH) em 97 municípios, com confirmação de circulação do vírus em 08 (oito) municípios.

Vacinação

A SES-MG reforça a necessidade da população de Belo Horizonte se vacinar contra a febre amarela. Hoje, as Unidades Básicas de Saúde (também conhecidas como Postos de Saúde) encontram-se abastecidas, e a SES-MG possui em seu estoque 1,4 milhão de vacinas. A cobertura vacinal da população de Belo Horizonte atingiu 85,81%, mas a meta é de 95%.

Pessoas entre nove meses e 59 anos de idade devem se vacinar. No Calendário Nacional de Vacinação atual do Sistema Único de Saúde (SUS), a população prioritária a ser vacinada contra febre amarela são as crianças a partir dos nove meses até as pessoas com 59 anos de idade, tendo como meta a ser atingida, 95% de cobertura vacinal. Atualmente, a cobertura vacinal acumulada de febre amarela no Estado de Minas Gerais está em torno de 81%. Apenas 1 (uma) dose é suficiente para garantir a proteção ao longo de toda a vida.

» Clique aqui e conheça o esquema vacinal para a febre amarela.

» Para saber mais sobre as ações da SES-MG no enfrentamento, controle e prevenção à Febre Amarela, clique aqui.

Considerando o presente cenário de circulação do vírus da Febre Amarela Silvestre na Região Sudeste do país, faz-se o alerta quanto a necessidade de investigação de rumores de morte de macacos; da intensificação da vacinação nos municípios com coberturas abaixo de 95%. Em especial atenção aos municípios que fazem parte das Unidades Regionais de Saúde: Belo Horizonte, Barbacena, São João Del Rei, Alfenas, Varginha, Pouso Alegre, Divinópolis, Passos, Juiz de Fora, Ubá, Leopoldina, Uberaba, Uberlândia e Ituiutaba.

Ações da SES

  • Desde a primeira notificação de febre amarela no Estado, a SES-MG tem desencadeado as ações preconizadas para vigilância e assistência dos casos suspeitos de febre amarela:
  • Realização de ações educativas de mobilização social para eliminação de criadouros do mosquito Aedes aegypti em municípios infestados, visando evitar a reurbanização da Febre Amarela no Brasil;
  • Apoio aos municípios na investigação dos casos e nas ações de mobilização, controle e vacinação.
  • Ampliação da oferta de vacina aos viajantes não vacinados que se destinem à Área Com Recomendação de Vacina no Brasil (ACRV) ou para países com risco de transmissão, pelo menos 10 dias antes da viagem.
  • Intensificação da vacinação em municípios que são área com recomendação de vacina no Estado, elevando assim as coberturas vacinais, com priorização das populações de áreas rurais e silvestres, principalmente para aqueles indivíduos com maior risco de exposição (população de área rural, silvestre, pessoas que fazem turismo “ecológico” ou “rural”, agricultores, extrativistas e outros que adentram áreas de mata ou silvestres);
  • Notificação e investigação oportuna (até 24h) de todos os casos humanos suspeitos, incluindo aqueles de doenças febris ictéricas e/ou hemorrágicas, óbitos por causa desconhecida e mortes de primatas.

Morte de macacos

A SES-MG informa que no caso do achado de macaco doente e/ou morto, deve ​ser acionado o setor de zoonoses do município para que as devidas providências possam ser tomadas a contento. A partir da denúncia, o profissional da zoonoses acionado verificará se o animal morto apresenta condições de coleta e envio para exames laboratoriais. O procedimento de coleta é específico e deve ser realizado por profissional habilitado para tal. Os laboratórios que processam as amostras de macacos provenientes de Minas Gerais são a FUNED/IOM (referência estadual) e a Fiocruz-RJ (referência nacional).

A SES-MG ressalta que os primatas prestam um importante auxílio no enfrentamento, prevenção e controle à febre amarela. Por adoecerem primeiro, os primatas dão às autoridades informações valiosas sobre a circulação do vírus. O achado de macacos mortos serve de alerta para que os órgãos de saúde pública iniciem campanhas de vacinação. Algumas pessoas pensam que os macacos transmitem a febre amarela aos humanos, o que é completamente errado. Além de ilegal e de tornar mais crítico o estado de conservação desses animais, a matança indiscriminada, assim como o envenenamento intencional de macacos são extremamente prejudiciais ao próprio ser humano. Se eles forem mortos pelas pessoas, descobriremos que a febre amarela chegou a determinada região apenas quando as pessoas contraírem a doença.

Por Jornalismo SES-MG