Durante reunião da Comissão Intergestora Regional (CIR) realizada nesta quarta-feira, 29/11, no auditório do Hospital Universitário Clemente de Faria, a Regional de Saúde de Montes Claros voltou a alertar os 53 municípios que integram sua área de atuação sobre a necessidade de reforçar o enfrentamento ao mosquito Aedes aegypti. Isso porque, de acordo com Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (LIRAa) e Levantamento de Índice Amostral (LIA) realizado em outubro, 17 municípios estão em situação de alerta por apresentarem Índice de Infestação Predial entre 1% e 3,9%.

Já os municípios de Mato Verde e Catuti estão em situação de risco de ocorrência de surtos de doenças transmitidas pelo Aedes, pois estão com 6,1% e 4,8%, respectivamente, de índice de infestação.

De acordo com os levantamentos realizados em outubro, os municípios que integram a área de atuação da Regional de Saúde que apresentam índices de infestação do Aedes aegypti acima de 1% dos imóveis pesquisados são: Monte Azul (3,6%); Capitão Enéas (3,5%); Montes Claros (3,4%); Bocaiúva (3,2%); Rubelita (3,1%); Espinosa (2,8%); Cristália (2,4%); Francisco Sá e Padre Carvalho (2,2%); Santa Cruz de Salinas e São João da Lagoa (2,1%); São João do Paraíso (2%); Ninheira (1,6%); Coração de Jesus e São João do Pacuí (1,4%); Grão Mogol (1,2%) e Josenópolis (1%).

A coordenadora do Núcleo de Vigilância Epidemiológica, Ambiental e de Saúde do Trabalhador da Regional de Montes Claros, Josianne Dias Gusmão, ressaltou que, devido ao início do período chuvoso, os municípios precisam reforçar as ações de prevenção e de enfrentamento aos focos do mosquito Aedes aegypti. Isso porque, alternando dias de alta umidade do ar e de temperaturas elevadas, a proliferação do mosquito aumenta, o que faz com que o período de dezembro a maio se constitua numa época de alta transmissão das doenças transmitidas pelo Aedes, entre elas a Dengue, Chikungunya e o Zika Vírus.

Créditos: Pedro Ricardo

“O momento é dos municípios investirem nas ações de prevenção e de mobilização da população alertando para a necessidade de eliminação dos possíveis criadouros do Aedes aegypti”, reforçou Josianne Gusmão. A coordenadora lembrou também que as consequências de um surto ou epidemia de doenças causadas pelo mosquito causam grande impacto nos serviços de saúde.

Josianne Dias Gusmão lembra que a manutenção das ações de enfrentamento ao Aedes aegypti devem ser realizadas de forma intermitente por parte dos municípios, o que exige atuação conjunta dos agentes de controle de endemias, agentes comunitários de saúde e de todos os setores que atuam nos municípios, entre eles saúde, educação e serviços urbanos.

Monitoramento semanal

A partir de 04 de dezembro todos os municípios deverão enviar à Regional de Saúde a planilha de monitoramento dos indicadores do número de casos suspeitos de doenças transmitidas pelo Aedes. Com base nos dados enviados todas às segundas-feiras, o Comitê Técnico Regional de Controle da Dengue avaliará a necessidade de implantação de planos de ações nos municípios que apresentarem alta incidência.

De acordo com a Resolução número 12, publicada em janeiro deste ano pelo Ministério da Saúde, a realização do Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (LIRAa) e Levantamento de Índice Amostral (LIA) são obrigatórios por parte dos municípios, considerando as diversas condicionantes que permitem a manutenção de criadouros do mosquito, a circulação dos quatro sorotipos da dengue no país e a existência de grande contingente populacional exposto previamente a infecções pelo vírus, aumentando o risco para ocorrência de epidemias e elevado número de óbitos.

Boletim

De acordo com Boletim Epidemiológico de Monitoramento dos casos de Dengue, Chikungunya e Zika Vírus divulgado segunda-feira, 27/11, em 2017, Minas Gerais registrou 27 mil 913 casos prováveis (casos confirmados + suspeitos) de dengue. Desses, 14 pessoas vieram a óbito e outros 11 casos seguem em investigação.

Em relação à Febre Chikungunya, Minas Gerais registra 16 mil 956 casos prováveis da doença e 12 óbitos confirmados. Outros 08 óbitos suspeitos estão em investigação.

Já com relação à febre pelo Zika Vírus, são 732 casos prováveis no estado em 2017.