A Escola de Saúde do Estado de Minas Gerais (ESP-MG) recebeu na manhã desta quinta-feira (19), o “III Seminário de saúde das mulheres: o sempre é o momento ideal para cuidar da sua saúde”, promovido pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) e a Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Crédito: Ayrá Sol Soares

O seminário faz parte das ações programadas pela SES-MG para o Outubro Rosa deste ano e tem o objetivo de divulgar informações acerca do Sistema Único de Saúde (SUS) em Minas Gerais, de atenção ao câncer de mama e ao câncer de colo do útero, incluindo a promoção da saúde e as diretrizes para detecção precoce e tratamento.

Os debates abordaram diferentes aspectos na perspectiva da mulher, como as relações sociais de gênero, os direitos da mulher, a vivência com as doenças e os desafios para a implementação do Programa Estadual de Controle de Qualidade em Mamografia PECQMamo da SES-MG.

Para Kátia Pimentel, referência técnica em Saúde da Mulher da Regional de Saúde de Pouso Alegre, os temas debatidos no seminário auxiliam na melhoria do atendimento à saúde da mulher. "Estes momentos são importantes para discutirmos as diretrizes do rastreamento da doença. Eles trazem uma melhor assistência para a população, baseada em evidências de que estas ações vão trazer benefícios para sociedade de uma maneira geral”, disse.

A Assistente Social Carolina Cabral aponta que as informações apresentadas na atividade são importantes para os serviços de acolhimento das mulheres. "Os temas nos auxiliam muito na Atenção Básica. Além disso, ter mais esclarecimento para poder ajudar e informar os pacientes de forma geral sobre o direito da mulher. Estou adorando", anima-se.

Conscientização

Outra questão ressaltada foi a influência do estilo de vida da paciente na possibilidade de surgimento da doença. Esta questão foi destaque na palestra de Alexandre Barra, docente do curso de Medicina na Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). "Nosso debate permite a conscientização da sociedade em relação aos fatores de risco que podem ser evitados ou reduzidos em relação ao câncer de mama. Acreditamos que a doença está relacionada com o estilo de vida da paciente, alguns hábitos prejudiciais que podem levar ao aparecimento da doença. A conscientização para ter um estilo de vida satisfatório e realizar de acordo com os protocolos os exames de vacinação e rastreamento que são preconizados são importantes para detectar as alterações em uma fase mais precoce", diz.

Espaço das mulheres

O seminário também foi espaço para falar sobre a situação das mulheres na sociedade, com destaque para a importância do protagonismo delas em espaços de influência e poder, como explica Polianna Pereira, da ONG Visibilidade Feminina, “A situação da mulher de não conseguir alcançar espaços de liderança está relacionado a uma cultura. O primeiro presente que ganhei quando criança foi uma tábua de passar roupa, isso diz um pouco sobre o meu lugar no mundo. Hoje isso é uma questão que nós já questionamos. Quando se diz que o lugar da mulher é voltado para o privado, a casa, a família, não se tem a possibilidade de potencializar sua publicidade como o homem tem, nas redes que ele forma. A eles é garantido o acesso aos espaços públicos, tendo consequentemente uma ascensão maior nos espaços políticos, no âmbito das empresas”, afirma.

Poliana diz ainda que a mudança deve partir das mulheres, com um apoio coletivo. "Nós precisamos trabalhar essa insegurança em nós mesmas, pois por muitos anos nos falaram que erámos limitadas e por alguma razão nós acreditamos. Acho que esta mudança tem que partir um pouco de nós e devemos fazer isso juntas, em rede. Para as mulheres que estão em níveis de privilégios diferentes, inclusive no movimento de mulheres, como a maior violência contra mulheres negras, torna-se necessário facilitar a entrada destas mulheres nas redes, para maior inclusão delas", apontou.

Vivências

Um dos relatos mais emocionantes do evento veio de Maria Luiza de Oliveira, presidente do Grupo Pérolas de Minas, que compartilhou com as demais participantes, relatos de sua vida após o câncer. "Passar pelo câncer de mama não é fácil, mas é uma doença que diagnosticada precocemente tem cura, nós fazemos o tratamento e continuamos vivendo. O que eu aprendi com a doença é que devemos viver o dia de hoje, ele é o nosso melhor presente. Não precisamos passar por uma doença grave para aprender que tudo que temos é o momento do agora, o presente", ressaltou.

Outubro Rosa

Ainda neste mês, outras ações serão realizadas na campanha Outubro Rosa, dentre elas, a chuva de pétalas de rosas, que acontece todos os anos no Centro de Belo Horizonte, a iluminação de prédios públicos e conteúdo nas redes sociais das instituições do Sistema Estadual de Saúde de Minas Gerais.

Por Ayrá Sol Soares (ASCOM ESP-MG)