Na última sexta-feira (11), encerrando o primeiro módulo das “Oficinas de Vigilância e Promoção à Saúde em Áreas de Reforma Agrária”, promovida pelo Governo do Estado de Minas Gerais, por meio da Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais (ESP-MG), os alunos visitaram o Sítio das Mangueiras, em Florestal, na região metropolitana de Belo Horizonte.

A área é referência em produção familiar e trabalha com produção e educação em Sistemas Agroflorestais (prática agrícola que prioriza a utilização dos recursos naturais, mantendo o que a natureza oferece ao longo de todo o processo produtivo, do cultivo até a circulação dos produtos).

De acordo com Diogo Machado, engenheiro Agrícola, Ambiental e Permacultor, o objetivo do sítio é integrar pessoas e instituições que buscam alternativas de manejos e convívio harmonioso com o ambiente. “O Sítio das Mangueiras está com minha família há anos. Após o falecimento dos meus avós, resolvemos tocar o sítio nessa perspectiva de ser um sítio agroecológico, um sítio escola, exatamente para receber as pessoas e passar para frente a nossa experiência”, explica.

Experiências

A aluna e integrante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Marlene Lemes da Rocha, do Vale do Rio Doce, ressalta que as oficinas partem de um desejo coletivo de aprofundamento nas questões agroecológicas. “Para nós que moramos em área da reforma agrária, em acampamentos e assentamentos é um desafio melhorar a nossa qualidade de vida, e pra que isso aconteça precisamos estudar. Por isso todo esse trabalho de campo é muito bom, e necessário, porque podemos ver experiências novas para implantar nas nossas áreas”, explica.

Créditos: ESP-MG

Maíra Simões, trabalhadora da ESP-MG e integrante da Comissão Setorial do Programa Ambientação afirma que a experiência foi um sucesso. “Achei muito proveitoso e interessante aprender como podemos incorporar conceitos ecológicos e ter uma convivência harmoniosa e criativa com a natureza, sem ser apenas exploração e extração de recursos”, diz.

Já Ângela Maria Pires, do acampamento 19 de março do MST, na Região do Triângulo Mineiro, destaca a importância da valorização e do cuidado com o meio ambiente. “No nosso acampamento não temos ainda esse tratamento ecológico dos nossos esgotos, então a minha intenção é aproveitar ao máximo as informações para replicar para eles. Hoje em dia, não só nós do movimento, mas acho que a população no geral, deve se preocupar muito com o meio ambiente, com a conservação do solo e com a preservação da água, porque a água do nosso planeta está acabando, então tudo o que a gente reaproveita de maneira certa estamos cuidando da nossa saúde e da saúde dos nossos semelhantes” afirma.

A ação

As Oficinas de Vigilância e Promoção à Saúde em Áreas de Reforma Agrária que visam a capacitação de 73 alunos, sendo 40 assentadas de áreas de reforma agrária nos territórios de Minas Gerais e de 33 trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS).

O objetivo dos encontros é contribuir para o desenvolvimento de ações de promoção, prevenção e cuidado em saúde de populações assentadas e acampadas em áreas de reforma agrária no estado, tendo como eixos trabalho, saúde e ambiente.

O segundo módulo da ação acontece de 17 a 20 de outubro de 2017, também na Escola de Formação Sindical Sete de Outubro, em Belo Horizonte/MG.

Por Ascom/ ESP-MG