O Núcleo de Redes de Atenção à Saúde da Regional de Saúde de Uberlândia e os profissionais de saúde dos 18 municípios que compõe esta Regional discutiram e aprovaram o Regimento Interno do Colegiado Regional de Saúde. A aprovação aconteceu durante a 3ª Reunião do Colegiado de Saúde Mental, realizado nesta última quinta-feira (22/06).
O Colegiado é uma instância de participação importante para assessorar os municípios na condução da Política de Saúde Mental, garantindo a assistência em todos os níveis de atenção. A referência técnica em Saúde Mental da Regional de Saúde de Uberlândia, Maria Lúcia dos Reis, ressaltou algumas ações preconizadas pelo Regimento, como avaliar e monitorar sua implementação; contribuir para ampliar a interlocução da gestão da política de saúde mental com os municípios, com as organizações da sociedade civil, das entidades científicas e profissionais, e das políticas intersetoriais da região e, articular os fluxos da assistência entre os municípios com serviços de referência com os municípios referenciados.
Para garantir que os principais atores da rede tenham representação, o Colegiado será composto por profissionais das Regionais de Saúde e de Desenvolvimento Social de Uberlândia, as Secretaria Municipais de Saúde e o Conselho dos Secretários Municipais de Saúde de Minas Gerais (Cosems-MG).
Segundo a psicóloga da Secretaria Municipal de Saúde de Uberlândia, Waleska Rodrigues Silva, o Colegiado irá trazer maior coesão aos trabalhos dos municípios da região. “As dificuldades e as discussões poderão ser pensadas coletivamente e iremos compartilhar experiências”, pontuou. Para a psicóloga, o maior desafio da Rede de Atenção Psicossocial é que os profissionais da Atenção Primária não compreendem que são parte essencial da rede como porta de entrada para o cuidado mental.
“Os municípios que têm atenção básica, tem uma porta de entrada para esses usuários. Essa compreensão é ainda um pouco limitada. Quando os municípios não têm dispositivos como o Centro de Atenção Psicossocial podem ter a sensação que não há uma rede de saúde mental e isso não é verdade”, avaliou ao defender que no Colegiado a Atenção Primária também está sendo envolvida, “isto é muito importante para que haja uma integração”.
Rede de Atenção Psicossocial (RAPS)
Com a Política Nacional de Saúde Mental, após a reforma psiquiátrica, foi criada uma rede de cuidado em saúde que leva em conta a complexidade do sujeito, corresponsabilizando-o pelo cuidado. Neste contexto, a Rede Estadual de Atenção Psicossocial foi constituída para ampliar o acesso da população com sofrimento ou transtorno mental, incluindo aquelas com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas e suas famílias aos pontos de atenção.
A referência técnica em saúde mental da Regional de Saúde de Uberlândia, Maria Lúcia dos Reis, também enfatizou que um programa de implantação da RAPS tem como papel garantir a articulação e integração dos pontos de atenção das Redes de saúde no território. “É importante qualificar o cuidado por meio do acolhimento, do acompanhamento contínuo e da atenção às urgências”.
Os pontos de atenção da RAPS em Minas Gerais são estruturados em Atenção Básica à Saúde, a Psicossocial Especializada, a Urgência e Emergência, a Residencial de Caráter Transitório, Hospitalar e Desinstitucionalização.
Em Minas Gerais, até 2017, foram implantados 243 Centros de Atenção Psicossocial (CAPS I, II e III), 60 Centros especializados no tratamento de álcool e drogas (CAPS AD I e II), 37 especializados em atendimento infantil (CAPSi). São 235 leitos de Saúde Mental em Hospital Geral, 8 Unidades de acolhimento, sendo 5 infantis e 3 adultos. São 115 Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT´s).