A Regional de Saúde de Uberlândia realizou duas capacitações sobre a saúde da gestante e da criança nesta quarta-feira (29/03). Durante a manhã, os municípios da região de Uberlândia e Patrocínio foram atualizados quanto aos novos critérios para a estratificação de risco gestacional da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG).

Já no período da tarde, todos os municípios da Regional discutiram e tiraram suas dúvidas para o preenchimento correto da Caderneta da Criança – instrumento do Ministério da Saúde para o acompanhamento dos dados dos primeiros anos de vida da criança. O evento foi realizado pelo Núcleo de Redes de Atenção à Saúde da Regional de Saúde de Uberlândia.

SRS Uberlândia Priscilla Fujiwara

Critérios da Estratificação de Risco Gestacional

Uma das prioridades da política estadual de saúde em Minas Gerais é a redução dos índices de mortalidade materna e infantil. Segundo a referência técnica em saúde da mulher e da criança do Núcleo de Redes de Atenção à Saúde da Regional de Saúde de Uberlândia, Tatiane Tavares, estima-se que de 10 a 15% das gestações sejam de alto risco. 

O cuidado e atenção dadas às gestantes perpassa por uma organização da rede de atendimento dos serviços de saúde - a Redes de Atenção à Saúde (RAS). O fluxo de atendimento precisa ser organizado, direcionado a atender às necessidades da população.

A estratificação é importante para organizar este fluxo, otimizar os recursos e esforços e não estrangular os serviços, como explicou a referência técnica em saúde da mulher e da criança, Tatiane Tavares. “As gestantes de alto risco precisam de uma atenção especializada, de um maior cuidado. O mais importante é que os profissionais das unidades de saúde identifiquem quais gestantes tem fatores de alto risco gestacional, pois quando o atendimento não é adequado pode gerar consequências para a mãe e para a criança”, explicou a referência.

O novo protocolo (Critérios da Estratificação de Risco Gestacional) foi criado em Minas Gerais em 2016 em parceria com a Associação dos Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais (SOGIMIG), Associação Brasileira de Obstetrizes e Enfermeiras Obstetras (ABENFO) e a Associação dos Médicos Mineiros de Família e Comunidade (AMMFC); em Minas a estratificação se dá em dois níveis: habitual e alto risco e cada qual terá um fluxo na rede de atenção à saúde.

Em todas as consultas de pré-natal, a equipe de saúde precisa identificar há risco gestacional. No caso de risco habitual, a gestante fará o pré-natal na Unidade Básica de Saúde, porém, se for estratificada como alto risco, o pré-natal deverá ser feito no Centro Estadual de Atenção Especializada (CEAE) em Patrocínio e/ou no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia, de acordo com o seu domicílio. 

São levados em conta na estratificação fatores como: características individuais e condições sociodemográficas, história reprodutiva anterior, condições clínicas prévias e intercorrência clínica e obstétrica na gestação atual.

Para os profissionais de saúde que realizam o atendimento e acompanhamento das gestantes, a estratificação e os critérios apresentados pela SES-MG proporciona uma segurança maior na hora da avaliação clínica, ressaltou Rodrigo Alves, enfermeiro responsável pela Unidade Básica de Saúde do bairro Gutierrez do município de Araguari. “Os critérios são importantes para que os profissionais tenham segurança para direcionar as gestantes para o atendimento correto”, afirmou.

A médica do Programa Saúde da Família, Fernanda Muy, complementou que a classificação de risco pode ser alterado durante a gestação “é importante salientar que a classificação de risco pode mudar durante a gestação, por isso é importante que a atenção primária acompanhe todo o pré-natal”.

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Por Priscilla Fujiwara