Neste sábado (16/12), às 10h, na Universidade José do Rosário Vellano- Campus Divinópolis, acontece o lançamento do livro "Jornal Visual da Rede Minas de televisão: reconhecimento, acessibilidade e acesso à informação para a pessoa surda — Um relato dos profissionais tradutores e intérpretes". O livro traz como autores Valdiana Carla de Sousa, Jardel Joaquim Alves dos Santos e do servidor e jornalista da Regional de Saúde de Divinópolis, Willian da Cunha Pacheco e relata a história do Jornal Visual contada por aqueles que nele trabalharam.

São quatro depoimentos de apresentadores/intérpretes que destrincham ao longo de 87 páginas os bastidores, a história e as dificuldades do primeiro Jornal transmitido em Línguas de Sinais do Brasil e que por 27 anos foi único voltado para a comunidade Surda em Minas Gerais.Os intérpretes/apresentadores entrevistados para esta obra foram: Dayse Garcia Miranda, Sônia Marta de Oliveira, Antônio Marcondes de Araújo e Roseane Lucas.

O leitor terá, assim, a história no período de 1986 a 2013 do Jornal Visual transmitido pela Rede Minas, uma TV Pública sediada em Minas Gerais. Os autores fazem uma narrativa que possibilite conhecer o contexto histórico em que o Jornal foi criado, o seu papel como meio de informação para os surdos, a tentativa de acessibilidade para esta comunidade, as dificuldades e sua transformação durante o período em que ficou no ar.

O Jornal Visual tem uma história que remonta a 1986 quando o que existia era a presença do intérprete/ tradutor de Língua de Sinais no Jornal Local da Rede Minas de Televisão. Era um Jornal para a população em geral e que possuía a janela do intérprete para oferecer acessibilidade para a comunidade surda acompanhar o noticiário. Em 1995 houve uma reestruturação na Rede Minas e o intérprete passa a apresentar e interpretar o Jornal em Língua de Sinais. Neste ano, ele recebe o nome de Jornal Visual.

"Fizemos o trabalho utilizando a metodologia de História Oral. Quem nos relatou os bastidores, a criação e a importância do Jornal Visual foram os intérpretes que nele trabalharam. Foram eles que nos ofereceram as informações para contar a história do JV. Por isso, a importância da obra. Era necessário este registro, pois o informativo fez parte da História do sujeito surdo em Minas Gerais", revela Willian.

O autor conta ainda que a ideia de escrever o livro surgiu quando ele estava terminando a pós graduação. "Por ser formado em Jornalismo, a ideia era abordar um assunto que tivesse ligação com a área da Comunicação Social. Só não sabia o que abordar ainda. Não conhecia o Jornal Visual até em então. Foi somente quando havia ido a Belo Horizonte a trabalho pela Secretaria de Estado de saúde de Minas Gerais que soube de sua existência. Estava tomando Café da manhã e a TV estava sintonizada na Rede Minas. Quando vi o Jornal, encontrei o tema. Quando voltei para Divinópolis, conversei com Valdiana e ela também se sentiu motivada a escrever sobre o Jornal Visual. O Jardel foi o nosso professor Orientador. Expusemos nossa escassez de material bibliográfico e ele nos orientou quanto a metodologia que adotaríamos, 'História Oral'. Enfim, a ideia surgiu quando menos esperava. E foi um desafio enorme e uma grande responsabilidade para os autores. Todos os entrevistados consideraram o Jornal Visual de grande relevância como forma de divulgar a Língua de Sinais em uma época em que não existia outras ferramentas digitais para divulgação da Libras. Esperamos contribuir para a História da Língua e da Comunidade Surda de Minas Gerais com esta publicação", explica.

Autores e personagens do livro

Willian da Cunha Pacheco: Jornalista, assessor de Comunicação da SES-MG e Tradutor/intérprete de Língua de Sinais

Jardel Joaquim Alves dos Santos: Pedagogo, professor da rede Estadual de Minas Gerais e Tradutor/ intérprete de Língua de Sinais.

Valdiana Carla de Sousa: Pedagoga e Tradutora/intérprete de Língua de Sinais

Dayse Garcia Miranda: ex apresentadora do Jornal Visual e Tradutora intérprete de Língua de Sinais da UFOP

Antônio Marcondes de Araújo: ex apresentador do Jornal Visual e tradutor/intérprete da Assembleia Legislativa de minas Gerais.

Andreia Martins Amaro: professora e Coordenadora Pós Interpretação/ Tradução da Unifenas- Campus Divinópolis.

 

Por Jornalismo SES-MG

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